O uso de cigarro eletrônico afeta a saúde do coração?

cigarro eletrônico e a saúde coração

A ideia do cigarro eletrônico surgiu em 1936 por Herbert Gilbert. Entretanto, ele só foi comercializado no ano de 2003, pelo farmacêutico chinês, Hon Lik, que buscava uma alternativa de abandonar o vício do cigarro.

Porém, com o passar dos anos, essa ideia se difundiu e virou febre entre as gerações. Mas há um grande debate se, de fato, o cigarro eletrônico é menos agressivo à saúde do coração quanto o cigarro comum. Assim, trouxemos este artigo para entender os efeitos que o cigarro eletrônico pode causar na saúde do coração dos usuários.

O uso dos cigarros eletrônicos

Primeiramente, precisamos entender como é o funcionamento do cigarro comum e os efeitos da nicotina no corpo do fumante.

Qual efeito da nicotina?

A nicotina é uma substância química presente no tabaco e a principal responsável pela alta dependência do cigarro. O cigarro é apenas utilizado como dispositivo para administrar a nicotina para o corpo do fumante. Após absorção pelos alvéolos pulmonares, a nicotina cai na corrente sanguínea e chega ao cérebro. 

Após esse percurso, a nicotina se liga a receptores que liberam neurotransmissores e substâncias que provocam a dependência do usuário, como por exemplo a dopamina, hormônio responsável pela sensação de prazer e felicidade, e o que nos faz querer repetir qualquer coisa.

Além disso, a nicotina induz a sensação de redução de estresse, ansiedade e melhora a concentração. E até aqui só pareceu ser benéfico para o corpo, certo? Não, totalmente errado, pois essas sensações vão reduzindo conforme os neurônios vão se tornando mais tolerantes com a substância e o corpo acaba pedindo mais nicotina, num curto período. E esse é o looping que um fumante acaba vivendo, diariamente. 

E é nesse looping que o vício se desenvolve, comprometendo a saúde do fumante e desencadeando as doenças cardíacas que conhecemos.

Como funciona o cigarro comum?

O cigarro comum queima o tabaco, e na combustão libera milhares de substâncias tóxicas como monóxido de carbono e alcalóides do alcatrão. O primeiro é um fator de risco para o infarto e o segundo agente cancerígeno. Os aditivos são aquecidos/queimados, viram fumaça e depois aspirados.

E qual a diferença do cigarro eletrônico?

O cigarro eletrônico é um dispositivo eletrônico para fumar. Em geral, tem formato cilíndrico, conta com uma ponteira que funciona como um piteira e, na parte interna, um compartimento (tanque) em que é inserido o líquido (composto que leva nicotina, sabores artificiais e aromatizantes). 

Assim, o cigarro elétrico não realiza a queima do tabaco, não produzindo fumaça por combustão. Ele produz vapor ao aquecer a substância, o que o torna menos prejudicial. Por não haver queima/torra do material, o usuário não vai inalar conhecidas substâncias apontadas como causadoras de problemas respiratórios e câncer. O calor é produzido por uma resistência aquecida (atomizador) por uma corrente elétrica que vem da bateria de lítio.

Afinal, o cigarro eletrônico afeta a saúde do coração ou não?

Agora que entendemos as diferenças entre o cigarro comum e o eletrônico, o efeito da nicotina no corpo do usuário, podemos voltar à questão principal deste artigo. 

Como o cigarro eletrônico funciona como um “nebulizador”, o usuário controla a substância que vai nele e a quantidade de nicotina que irá consumir. Mesmo que o cigarro eletrônico não exponha o usuário ao monóxido de carbono (uma vez que não há combustão e o aquecimento é feito por bateria) há elementos como a nicotina líquida, responsável pelo desenvolvimento de doenças cardíacas, além de outros componentes que com a popularização, podem ser ainda mais prejudiciais pela falta de procedência. 

Tais como solventes químicos, compostos orgânicos voláteis e aldeídos, metais pesados, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, material particulado ultrafino, além de compostos que produzem os sabores. 

A situação é que ambos prejudicam o coração e não possuem benefício algum. O cigarro comum já há estudos comprovados e o cigarro eletrônico ainda está sendo analisado seus resultados, principalmente por ser mais difundido entre os jovens

Conheça os serviços do Dr. Leonardo Martins Pires 

Mestre e Doutor em Cardiologia, o Dr. Leonardo Martins Pires é especializado em Eletrofisiologia Clínica e Invasiva e é membro da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas. O Dr. Leonardo também é diretor de Cardiologia do Estado do Rio Grande do Sul e faz atendimento em quatro Hospitais na região de Porto Alegre. Clique aqui para conhecer os locais de atendimento e agendar uma consulta.

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