É importante entender que, diferente do que muitas pessoas acreditam, a prática de esportes não deixa de ser recomendada para pessoas que sofrem de condições cardíacas. A única questão que se altera é a necessidade de maiores cuidados antes e durante estes momentos.
Sendo assim, a resposta para a pergunta no título do artigo é “sim, é possível conciliar”, mas também é necessário entender quais as limitações e como cada alteração cardíaca pode influenciar.
No artigo abaixo, vamos entender como se preparar para o início da prática de esportes em diferentes fases da vida e o que é indicado para cada caso.
Acompanhe a leitura!
Como se preparar para iniciar as atividades?
A decisão de se iniciar algum esporte é ótima em qualquer idade. Claro que, com o passar dos anos, algumas modalidades podem se tornar mais desafiadoras, mas não impossíveis quando realizadas com a certeza de se manter dentro dos limites seguros para a condição presente.
Para pacientes que já possuem alguma doença cardíaca diagnosticada ou dentro do histórico familiar recente, é essencial que a preparação seja acompanhada por profissionais tanto da área do esporte quanto médica.
Além disso, os exames preventivos são indicados, e em alguns casos imprescindíveis, para o início das atividades.
Acompanhe abaixo os benefícios e como é o preparo em diferentes grupos e fases da vida.
Mulheres:
Diversos estudos científicos apontam que o exercício físico no corpo feminino atua diminuindo o risco das doenças cardiovasculares mais comuns neste grupo, como: Hipertensão, Diabetes, Dislipidemia e Obesidade, além de doenças isquêmicas do coração.
Para as mulheres, além dos exames cardiológicos padrão, a partir dos 55 anos é recomendado também o Teste Ergométrico. Alguns cuidados extras também devem ser lembrados a partir do momento em que entram na fase da Menopausa.
Homens:
Já foi comprovado que homens que praticam atividades físicas têm um risco 63% menor de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) do que aqueles que não o fazem. Para eles, o Teste Ergométrico também é indicado junto aos exames habituais, porém, desde os 45 anos.
Jovens:
Para crianças e adolescentes, a prática mais simples, como a recreacional nas escolas, por exemplo, não requer maiores preparos. Porém, em casos de engajamento em atividades mais intensas e com maior frequência, é interessante avaliar a história clínica pessoal e familiar, eletrocardiograma e outros exames que possam identificar quaisquer alterações cardíacas que influenciam a saúde a longo
prazo.
Portadores de doenças cardíacas:
Este é um grupo especial e que precisa de atenção redobrada. Quando o diagnóstico de problema cardíaco já existe, os exames se tornam indispensáveis, e não somente como avaliação prévia, mas também como acompanhamento com o passar do tempo.
As avaliações e liberações para práticas vão depender do nível do problema e prognóstico de um especialista. Nestes casos, os exames recomendados costumam ser o Holter 24, Eletrocardiograma, Teste Ergométrico e Loop Recorder.
Quais são os esportes padrão recomendadas:
Para a grande maioria dos casos, mesmo quando já existe um diagnóstico de arritmia cardíaca, não costuma haver contra indicações dos exercícios “aeróbicos”.
Esta é a modalidade mais leve para diversos grupos e faixas etárias, já que ela trabalha e movimenta os músculos de maneira ritmada e contínua, sem que seja necessário grande empenho de força.
Há diferentes formas de se exercitar, como:
- Ciclismo;
- Caminhada ao ar livre;
- Uso de esteira;
- Natação;
- Hidroginástica;
- Ioga.
Além das atividades diárias, que também promovem mais disposição quando feitas regularmente:
- Limpar a casa;
- Preferir as escadas ao invés do elevador;
- Passear com os cachorros.
Quando é preciso interromper os exercícios?
Além de acompanhamento da área médica e do esporte constantemente, é importante ficar sempre atento aos sinais do próprio corpo. Quando a carga de exercícios ou a frequência estiver muito alta, alguns sinais poderão ser percebidos, tais como:
- Dores que irradiam para mais de uma parte do corpo, como braços, peito e/ou pescoço;
- Suor excessivo, além do habitual;
- Náusea e vômito;
- Vertigem, tontura ou sensação de desmaio;
- Palidez;
- Falta de fôlego extrema;
- Dor ou sensação de aperto no tórax.
Nestes casos, o ideal é voltar a consultar um Cardiologista de confiança para reavaliar a possibilidade dos treinos ou então traçar novas formas de se manter ativo.
Conheça os serviços do Dr. Leonardo Martins Pires
Mestre e Doutor em Cardiologia, o Dr. Leonardo Martins Pires é especializado em Eletrofisiologia Clínica e Invasiva e é membro da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas. O Dr. Leonardo também é diretor de Cardiologia do Estado do Rio Grande do Sul e faz atendimento em quatro Hospitais na região de Porto Alegre.
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